O Criadouro Onça Pintada, localizado em Campina Grande do Sul (RMC), recebeu nesta sexta feira (20 de maio) o Selo Amigo da Fauna. Trata-se de um reconhecimento do Governo do Estado ao trabalho desenvolvido em prol da conservação da biodiversidade e no cuidado com os animais silvestres.
O selo foi entregue pelo secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Everton Souza, ao proprietário do local, o médico Luciano Saboia. O reconhecimento integra as Iniciativas Pró-Fauna, desenvolvidas pelo Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à secretaria.
“É o reconhecimento a um trabalho de muito tempo, que mostra claramente amor e entusiasmo e faz com que tenhamos o maior respeito por tudo o que tem sido desenvolvido no local nesses últimos anos”, afirmou Souza.
A área de 132 hectares, que abriga atualmente cerca de 2.500 animais de 180 espécies. Foi adquirida em 1995 com diversos problemas de erosão e foi recuperada. Em 2002, o local recebeu 12 cotias provenientes do Museu de Historia Natural do Capão da Imbuia, como parte de um programa de repovoamento dos bosques protegidos com esta espécie.
Em 2003, foi emitida a Licença de Operação de um Criadouro Conservacionista pelo Ibama, com a primeira Onça Pintada (chamado Juca), de um zoológico público fechado. Depois dele vieram muitos animais de outras espécies, na maioria proveniente do tráfico, posse ilegal ou resgate de Fauna. “O criadouro tem a finalidade de proteger, preservar, reproduzir e reintroduzir espécies ameaçadas brasileiras”, explicou o Luciano Saboia.
Das 180 espécies mantidas no local, ao menos 22 são classificadas como ameaçadas de extinção, como o cachorro-vinagre, cujo criadouro está adquirindo uma fêmea da França para reproduzir com o macho mantido no local. Também faz parte do espaço um viveiro de Ariranha, o único do Brasil atualmente.
“Algumas espécies são ameaçadas de extinção a nível nacional, como mico-leão-da-cara-dourada, mico-leão-preto, jacutinga, entre outras. Nos últimos anos, temos trabalhado muito em parceria com o Governo do Estado, pelo IAT, em um programa de reintrodução de espécies em parques estaduais”, completou o proprietário do local.
Ele citou o trabalho desenvolvido hoje no Parque Estadual das Lauráceas, em Piraquara, com a soltura de 130 queixadas e catetos, espécies ameaçadas no Estado do Paraná. Essa soltura envolveu um amplo trabalho de preparação dos animais, especialmente com relação à saúde deles, e segue com monitoramento para estudar a adaptação no novo habitat. “Nunca tínhamos visto onça no Parque e agora isso já é possível. É um trabalho fantástico”, afirmou Saboia.
De acordo com o secretário Everton Souza, esse trabalho de reintrodução de espécies em Unidades de Conservação só tende a aumentar. “Essa parceria tende a crescer ainda mais pelo cuidado que o Criadouro mantém. São duas décadas que mostram uma fantástica rotina de organização e operacionalização”, destacou.
A fauna silvestre contribui de maneira significativa no enriquecimento de fragmentos de vegetação nativa, na formação de corredores ecológicos, na restauração e manutenção da biodiversidade e, ainda, no equilíbrio ecológico dos ecossistemas, uma vez que auxilia os processos de polinização de plantas, dispersão de sementes e controle populacional de diversas espécies.
SELO
O Selo Amigo da Fauna foi reeditado pelo IAT em 2020 e reconhece instituições ou empresas que desenvolvem atividades preocupadas com as causas ambientais e promovem ações voltadas à conservação da fauna e de seus habitats, ou seja, que atuam como parceiras nesse processo de conservação da fauna nativa silvestre.
É um rótulo ecológico de incentivo às instituições públicas ou privadas. Os parceiros reconhecidos com o Selo podem veicular a marca em materiais promocionais, de divulgação, impressos ou em páginas na internet (websites) da instituição.
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