sábado, 2 de julho de 2022

Paraná é referência nacional na redução de homicídios, aponta Atlas da ViolênciaO documento, que contém levantamento dos crimes relacionados a mortes nos estados e no Distrito Federal em 2019, foi divulgado nesta semana


Com redução expressiva nos números de homicídios de mulheres e negros, o Paraná foi destaque nacional no Atlas da Violência, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O documento, que contém levantamento dos crimes relacionados a mortes nos estados e no Distrito Federal em 2019, foi divulgado nesta semana.

O Paraná registrou queda de 41,7% na taxa de homicídios de mulheres na década mencionada (2009 a 2019), ficando atrás apenas de dois estados: Espírito Santo (-59,4%) e São Paulo (-42,9%). Em números absolutos, em 2009 foram registrados 331 homicídios de mulheres no Paraná e, em 2019, 204, uma redução de 38,4%.

Em relação à taxa de homicídios de negros por 100 mil habitantes em 2019, o Paraná ficou atrás apenas de São Paulo (9,1) e Santa Catarina (13,8), fechando o ano em 14,8. A redução é de 39,1% quando comparado com a taxa de 2009, que foi de 24,2. Além disso, dentre as vítimas de homicídios no Paraná, em 2019, 71% eram não negros. Dentre os homicídios de não negros, a queda foi de 50,3% (2.972 em 2009 e 1.477 em 2019).

“A redução dos índices de homicídio é resultado de uma política estratégica de segurança pública que conta com tecnologia, inteligência, integração e grandes investimentos”, afirmou o secretário estadual da Segurança Pública, Wagner Mesquita. “Trabalhamos para manter o Paraná em nível de excelência com patrulhamento nas ruas, análise de pontos de maior incidência criminal e investigações técnicas para, cada vez mais, trazer a sensação de segurança que a população paranaense espera e merece”.

A taxa de homicídios geral por 100 mil habitantes teve redução de 20,3% em todo o País na década analisada (2009-2019). No Paraná, a diminuição foi de 47,1% quando comparado 2009 (taxa de 34,6) com 2019 (taxa de 18,3). Em números absolutos, a queda foi de 1.603 homicídios (-43,3%): 3.698 ocorrências do crime em 2009 e 2.095 em 2019.

O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná (PCPR), Silvio Rockembach, aponta a atuação integrada das unidades da PCPR como fundamental no combate aos homicídios. “Mais de 80% dos homicídios estão relacionados ao tráfico de drogas. Assim, a ação conjunta entre a Divisão Estadual de Narcóticos, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, a Agência de Inteligência, Delegacia da Mulher e as delegacias de área, contribuiu para melhorar o índice de solução de homicídios, chegando diretamente na queda do número de ocorrências”, explicou.

O levantamento também revela redução no número de homicídios de jovens de 15 a 29 anos. Em todo o Estado foram registrados 2.078 crimes em 2009, contra 960 em 2019, uma diminuição de 53,8%, sendo o 8º estado com melhor redução.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Hudson Leôncio Teixeira, ressaltou que os resultados se devem ao trabalho bem elaborado dos militares estaduais, combinados com investimentos em inteligência e utilização de bancos de dados integrados entre as forças de segurança. “Todo planejamento da PM é pautado, não somente nas estatísticas que demonstram as tendências de homicídio, mas também no trabalho de inteligência. Isso está fazendo com que nosso Estado tenha uma redução no número de homicídios e muitos municípios nem registrem o crime”, disse.
O diretor-geral da Polícia Científica, Luiz Rodrigo Grochocki, citou a integração de dados como um dos pontos importantes para elucidação de casos e redução dos índices criminais. “Ressaltamos o trabalho colaborativo entre a Polícia Civil e a Polícia Científica e o uso das ferramentas forenses, como o Banco de Perfis Genéticos e o Sistema Nacional de Análise Balística, que foram fundamentais para o aumento das elucidações de homicídios e redução da criminalidade no Paraná”, explicou.

A união entre forças e equipes, bem como o empenho na elaboração dos trabalhos, segundo a delegada-chefe da Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa da PCPR, Camila Ceconello, é o que faz a diferença no trabalho e nos resultados. “Esses bons índices se devem a inúmeros fatores, dentre eles uma polícia composta de servidores capacitados, dedicados e comprometidos, que atuam cada vez mais de maneira técnica nas investigações”, afirmou.

Ela também destaca que a Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa tem um setor criado para atendimento da população vítima de preconceito e discriminação. “O foco em solucionar de forma dedicada, comprometida e técnica todos esses crimes de homicídios cometidos contra essa população, aliado ao trabalho competente das Delegacias da Mulher espalhadas pelo Estado, também são responsáveis pela redução desses crimes cometidos contra negros e mulheres no nosso Estado”, afirmou a delegada.


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