Uma denúncia grave de possível desvio de recursos públicos foi apresentada contra o ex-prefeito e hoje candidato a prefeito de Prudentópolis, Adelmo Luiz Klosowski.
De acordo com a denúncia, o ex-prefeito teria participado do desvio de recursos destinados ao atendimento de crianças carentes do Programa de Atendimento ao Menor (PROAM) para o pagamento do show da dupla sertaneja Munhoz e Mariano, na Festa Nacional do Feijão Preto (Fenafep) de 2016.
Os valores desviados, conforme a denúncia, chegam a R$ 32 mil.
O CASO
No dia 13 de agosto de 2016, um sábado, o show contratado para animar a Fenafep foi Munhoz e Mariano. Porém, até o final da noite, a bilheteria não teria sido suficiente para pagar a dupla sertaneja e o contrato exigia o pagamento antecipado para que a apresentação fosse realizada.
O ex-prefeito Adelmo Klosowski, preocupado com a repercussão negativa de um possível cancelamento do show, levando em conta que 2016 era ano de eleições e ele era candidato à reeleição, reuniu um grupo de amigos e viabilizou o valor que faltava para o pagamento integral do show.
A dupla subiu ao palco e realizou o show após o pagamento do valor estipulado em contrato.
Porém, passada a festa, Adelmo exigiu da então secretária de Assistência Social, Jane Poli, o ressarcimento do valor pago por ele e os demais amigos para a realização do show de Munhoz e Mariano.
Através da ex-secretária, outras duas funcionárias foram envolvidas no esquema de levantamento de recursos para serem devolvidos a Adelmo e os amigos.
8 MIL REFRIGERANTES PARA 80 CRIANÇAS
Uma das soluções encontradas por Poli e pelas duas funcionárias, foi a emissão de uma Nota Fiscal “fria” para levantar parte dos recursos. A NF 152530, de uma distribuidora de bebidas da cidade, que era gerenciado pelo marido da ex secretária Jane Poli, levantou R$ 15.252,00, o suficiente para a compra de oito mil refrigerantes, para um programa que atende 80 crianças.
Além desse valor, outra Nota Fiscal “fria”, no valor de R$ 16.349,00, teria sido emitida no dia 23 de agosto, emitida por uma loja de móveis na cidade, tendo como objeto a reforma de dois jogos de sofá na Casa Lar.
SEM AUTONOMIA
Conforme a denúncia, os valores levantados com a emissão de notas “frias” cobriu o rombo da festa com a dupla sertaneja. A denúncia aponta ainda que o presidente da entidade nunca teve autonomia e nem conhecimento das coisas que aconteciam no SOS, sendo que ele só assinava o que lhe enviavam da Secretaria de Assistência Social, como carteiras de trabalho para contratação ou demissão e um outro documento de questão administrativa.
O presidente da entidade, na boa fé, emprestou o seu nome, bem como a tesoureira, sem terem conhecimento das irregularidades denunciadas.
Em 2016, a Festa Nacional do Feijão Preto (Fenafep) ainda era realizada pelo Serviço de Obras Sociais (SOS) do Município.
A partir de 2018, a maior parte dos funcionários do SOS saiu da Prefeitura.
Nos anos seguintes, a Fenafep passou a ter licitações e uma empresa passou a ser a organizadora do evento.
As duas funcionárias que teriam auxiliado no levantamento dos recursos, ainda são servidoras na Prefeitura.
A ex-secretária Jane Poli hoje disputa uma vaga na Câmara de Vereadores.
A situação da Nota Fiscal emitida pela Distribuidora de Bebidas já foi objeto de levantamento especial do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, que investiga o caso.
O atual contador do SOS é marido da secretária de Turismo e, coincidentemente, também é o contador pessoal do ex-prefeito Adelmo Klosowski.
Os nomes das servidoras foram preservados, mas estão à disposição para uma eventual apresentação dos fatos à Justiça. Os dados relativos à denúncia, como as notas fiscais “frias” e a prestação de contas do ano de 2016, estão arquivadas e à disposição na Sala dos Conselhos.
O valor pago a cerca de oito mil refrigerantes em uma única nota fiscal, são considerados fora do normal, uma vez que o SOS não teve nenhuma atividade que justificasse a quantidade adquirida para o período da emissão da NF.
O gerente da distribuidora que emitiu a Nota Fiscal “fria”, atualmente é servidor público da Prefeitura de Prudentópolis, em cargo de comissão.
Vale destacar que a dupla Munhoz e Mariano não teve participação ou sequer conhecimento da maneira utilizada para que show fosse pago. A empresa que contratou a dupla apenas exigiu o fiel cumprimento do contrato.
Fonte:Gmais Notícias
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